O Curso de Museologia da Universidade Federal de Santa Catarina expressa publicamente seu repúdio pela acintosa extinção do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) ao tempo que reitera sua indignação por essa ação antidemocrática e considera extremamente nocivo para a saúde cultural brasileira a criação das medidas provisória 850/18 e 851/18 que, respectivamente, cria a Agência Brasileira de Museus (Abram) e institui e regulamenta os fundos patrimoniais formados a partir de recursos oriundos da iniciativa privada.
Para além de atentar para os direitos, responsabilidades e obrigações atributivas aos museus federais, essa autarquia federal foi a responsável pelo fortalecimento e condução de uma política pública inédita, construída coletivamente numa ação do MinC que, no emblemático Museu Histórico Nacional(MHN), reuniu profissionais de museus, instituições museológicas, museólogos, entidades vinculadas à museologia, universidades e secretarias de cultura de estados e municípios, a saber, a Política Nacional de Museus (PNM). Lançada em maio de 2003, durante as celebrações pelo Dia Internacional dos Museus, a PNM se consubstanciou como estratégica na requalificação e fortalecimento dos serviços prestados pelo campo museal no tocante às suas responsabilidades sociais para com o povo brasileiro bem como na ampliação das acessibilidades ao museu, no financiamento e fomento para a dotação orçamentária dos museus, no incentivo às políticas de aquisição e preservação de acervos e no estímulo à articulação em rede.
O Ibram é uma demanda da comunidade museológica que até então não contava com um órgão específico para gerir o campo museal brasileiro. Sua materialização é um marco na história das inciativas governamentais brasileiras voltadas para a valorização do campo dos museus e dos diferentes profissionais e estudantes que sonharam e lutaram sem reservas pela possibilidade de construção democrática de uma instituição que se ocupasse em dar suporte ao desenvolvimento, fortalecimento e expansão das iniciativas museais.
Nesse sentido, as técnicas, estudantes e docentes do curso de museologia da UFSC, manifestam solidariedade às servidoras e aos servidores do Ibram bem como reafirmam sua militância por uma Museologia republicana e comprometida com a ética, a liberdade, a democracia e dignidade do povo brasileiro.